Saturday, August 25, 2007

Cartas ao Director (perdi a conta)

O Direito à Vida

Quantas crianças precisarão de morrer, para que as leis deste país mudem? Quantas crianças precisarão de morrer até que, as supostas comissões de protecção de menores ajam com eficácia? Quantas crianças mais precisarão de morrer, até que os vizinhos, os familiares, todas as testemunhas destes crimes, porque as há, levantem a voz e denunciem bem alto, até serem de facto ouvidas, e assim impedirem mais uma morte cruel?

Senhores e senhoras que supostamente trabalham para proteger as crianças dos abusos dos adultos, que desculpa fabricam para vocês próprios, quando permitem que mais uma criança entregue, por vossa decisão, a indivíduos que não oferecem a mínima confiança, morra de forma atroz? Como são as vossas vidas? Basta clamarem em vossa defesa que não dispunham de todas as informações? Que critérios são os vossos, quando permitem que uma criança, seja arrancada de um lar , onde era bem tratada, entregando-a a quem não oferece a mínima condição de saber cuidar dela?

Num caso, em que se suspeita haver prática de dois crimes: maus tratos a um menor, agravados pelo resultado (morte) e profanação do cadáver, prevê-se uma punição que vai respectivamente de três a dez anos de prisão e prisão até dois anos ou até 240 dias de multa. Muito leve parece ser este castigo, para quem submete um ser indefeso e inocente a práticas de tortura e de assassínio.

Demasiada burocracia e leis ridículas são os estandartes de defesa dos direitos das crianças neste país.

Enquanto continuarmos a olhar para o lado e calarmo-nos de cada vez que mais uma criança é barbaramente assassinada, seremos tão culpados, como os que de facto, cometeram o crime.

Há vozes, débeis, que se começam a fazer ouvir, mas que são oportunamente, silenciadas, de forma subtil, obviamente. Responsabilização e punição de todos os que contribuíram directa ou indirectamente para que estes crimes acontecessem é o primeiro passo, para começarmos a viver de uma forma mais justa, permitindo que os pequenos e indefesos tenham direito, de facto, a uma vida decente, com amor, educação e respeito.

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